A eliminação da Seleção na Copa do Mundo em casa ficará para sempre marcada na pele do torneiro mecânico Matheus Ribeiro Simões, de 31 anos. E isso não é força de expressão. Morador de Piracicaba, no interior de São Paulo, ele tatuou na coxa esquerda as bandeiras da Alemanha e do Brasil e ainda o resultado da partida: 7 a 1. A ação foi motivada por revolta de pai: ao ver o sofrimento da filha Beatriz Ribeiro, de oito anos, decidiu eternizar o resultado desastroso.
– Marcou muito vê-la chorar de soluçar, decepcionada com a derrota da Seleção. Fiquei revoltado com o sofrimento da Bia. Ela é da geração que nunca viu o Brasil vencer uma Copa do Mundo e esperava que o time vencesse também por ela, como era dito nos meios de comunicação. Quando ela começou a chorar, de forma inconsolável com o resultado, fiquei furioso e decidi tatuar. Nunca tinha visto ela agir dessa maneira por uma decepção e, por isso, decidi guardar esse momento para sempre – disse o torcedor.
Simões conta que, como em todos os jogos da seleção brasileira, Bia estava brincando no começo da partida e correu para ver quando o pai gritou que a Alemanha havia feito o primeiro gol.
– Ela voltou a brincar. Mas quando gritei que a Alemanha tinha feito o segundo gol, a Bia sentou ao meu lado e começou a assistir à partida. Então, ao ver o terceiro gol contra o Brasil, ela cobriu o próprio rosto. Achei que estava fazendo gracinhas. Ela ficou com o rosto coberto no quarto e ainda no quinto gol. Então tirei o cobertor e vi ela chorando – relatou.
Assim que acabou o jogo, Simões pediu para a mulher Andreia Tatto, que trabalha como tatuadora, fazer o desenho.
– Não estava acreditando que ele iria tatuar o placar. Fiquei enrolando dias para fazer a tatuagem nele. Mas como foi um momento marcante para ele, aceitei a decisão – disse a mulher.
O desenho foi feito próximo a um coração escrito Bia, desenhado pela própria garota, em junho de 2013, um ano antes do Mundial.
– Até o local da tatuagem foi pensado. Seria ao lado do desenho dela porque esse jogo representa o sofrimento da nossa filha. E, como eu brinco, a perna esquerda é da Bia – completou o pai, ao transformar a maior derrota da Seleção em uma marca eterna.
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